Mármore Rosa Portugués

 

Na nossa indústria, muitos países são associados a uma pedra em particular, apesar de terem outros tipos de pedra. Quando se fala de Portugal, um país com uma grande variedade de granitos e mármores, o primeiro nome que nos vem à cabeça é Rosa Português.

Este mármore rosa é um dos mais importantes na indústria da pedra portuguesa. Desde há muitos anos que é uma das pedras portuguesas mais exportadas e a mais conhecida em todos os mercados, grandes e pequenos, de todo o mundo. Mas, apesar do estatuto que goza como nome comercial, não se sabe muito sobre este calcário, para além da observação generalizada de que é "pouco uniforme", que normalmente acompanha qualquer comentário sobre esta e muitas outras pedras.

É difícil apresentar uma imagem definitiva do Rosa Português devido à irregularidade de cores e tonalidades do material. Não existe uma amostra "típica" desta pedra. Se pedirmos a qualquer transformador que nos envie uma amostra ou uma fotografia típica, normalmente responder-nos-ão que não existe. Quem trabalha com ela insiste que, quase por definição, cada amostra de ladrilho é diferente de outra, mas ao produzir pavimentos, a seleção é feita o mais cuidadosamente possível para que o trabalho final seja espetacular. 

Em termos geológicos e geográficos é provavelmente mais adequado referir o Rosa Português como um calcário com cerca de 400 milhões de anos que é extraído numa área de cerca de 11 km na zona do Alentejo que forma um triângulo entre as cidades de Vila Viçosa, Estremoz e Borba. Só nesta zona existe o mármore cristalino português.

 

Pedreiras

Esta zona do Alentejo é muito importante para a indústria da pedra portuguesa.

Em Estremoz existem as pedreiras brancas e creme, em Borba as pedreiras cor-de-rosa, com versões claras, médias e escuras e em Vila Viçosa existe uma variedade de todas elas. Para além destas cores, existem também pedreiras de mármore preto, cinzento e azulado.

Algumas empresas desta zona vendem blocos a terceiros para serem transformados, enquanto outras empresas têm as suas próprias fábricas de transformação.

O número de pedreiras atualmente em funcionamento no final de 2015 situa-se entre 50 e 60; há 10 anos atrás existiam mais de 200 pedreiras em funcionamento. 

 

Variedades

Não são os diferentes nomes que reflectem a grande variedade destes calcários. A verdadeira diferença entre os diferentes tipos de rosa pode ser explicada basicamente da seguinte forma:

1- Tem ou não tem veios?

2- Tem mais ou menos veios?

3- De que cor são os veios?

A variedade é estabelecida da seguinte forma:

1- Limpa: Sem nervuras, com um fundo cor-de-rosa. É a variedade menos disponível, não chega a 20% da extração.

2- Semi-veado: Fundo cor-de-rosa mas com veios que podem ser castanhos, verdes ou preto-azulados. É a variedade mais extraída, 40%.

3- Veios: Com mais veios da mesma cor. 40% de extração.

 

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Diferentes nomes para os materiais

No que diz respeito aos nomes dados a este material, existe um grande número de nomes para descrever cada variedade, uma consequência lógica das grandes diferenças de tonalidades que existem.

Para dar um exemplo, estes são alguns dos nomes dados às diferentes variedades: Extremoz Claro e Rosa, Rosa Borba, Rosa Aurora, Rosa Portugal, Rosa Venado, Rosa Lagoa, Rosa Salmâo, Rosa Crema Vigária, Rosa Monte, Rosa Pardais, Calacata Rosa, Rosa El-Rei, etc., consoante as pedreiras, a empresa comercializadora e as cores do material. 

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Acabamentos

Em termos de acabamentos, é possível uma grande variedade de formatos: polido, antiquado, bujardado, jato de areia, amaciado e gravado a ácido. O flamejado é raramente utilizado.

 

Mercados

O maior mercado para o Portuguese Rose é a Arábia Saudita. A procura está agora a crescer nos países do Sudeste Asiático, como a Indonésia, Malásia e Singapura.

Na Europa, os principais países importadores são a Espanha e a Itália.

A exportação e venda é efectuada tanto em blocos como em placas, com as seguintes dimensões:

80 x 40 x 2 cm 60 x 40 x 2 cm 40 x 40 x 2 cm 40 x 40 x 2 cm

60 x 30 x 2 cm 60 x 60 x 60 x 2 cm 30 x 30 x 2 cm

 

Principais utilizações e aplicações

É utilizada principalmente na decoração arquitetónica exterior e interior e na escultura. A Rosa Portuguesa tem sido utilizada em vários projectos importantes, como o Palácio de Vila Viçosa, em Portugal, os palácios da Casa Real da Arábia Saudita, vários edifícios no Golfo Pérsico, etc.

 

NOTA: Agradecemos ao Sr. Rui Godinho a sua colaboração na elaboração deste artigo.