Mercado brasileiro de rochas ornamentais em 2024

Paulo F. Giafarov,

Presidente, DGG Stones, Brasil

 

O mercado local no Brasil é atualmente muito dinâmico e há muita construção em curso, especialmente em cidades como São Paulo, Fortaleza e Camboriú. Alguns dos projectos podem ser considerados de gama alta, com um valor de venda até EU 12.000,00 por metro quadrado. A maioria dos projectos é apoiada por fundos de investimento e investidores de fora do país. Devido à taxa de câmbio entre o Real, a moeda brasileira, e o Euro, temos também assistido a um aumento da procura de habitações unifamiliares por parte de investidores europeus.

Esta elevada procura local está a manter as empresas de pedra brasileiras bastante ocupadas a curto e médio prazo. O mercado local de chapas tem estado numa curva ascendente, com uma enorme demanda por mármores e quartzitos locais. Sem mencionar os fabricantes que, em certos casos, têm prazos de entrega mais longos devido ao grande número de projetos em andamento.

Além disso, as exportações de pedras para o mercado americano têm aumentado nos últimos meses. O enfraquecimento de cerca de 15% do real em relação ao dólar americano nos últimos 12 meses é algo que deve ser de grande ajuda para os exportadores. No entanto, a taxa de inflação também é alta, aumentando os custos para as empresas locais. As taxas de juros estão em torno de 12 a 15% ao ano no Brasil.

A família de quartzitos Taj Mahal continua a ser a pedra mais vendida nos EUA e também nos mercados europeus. Apesar da liderança do Taj Mahal no mercado, quartzitos como o branco, o off white, o cinza claro e o bege também continuam sendo muito procurados. Sem esquecer a família da pedra Cristallo, que tem toda a produção da pedreira vendida antes mesmo das encomendas oficiais.

O Brasil tornou-se um importante produtor e processador de mármore. A maior parte do mármore vem de uma região próxima a Curitiba, no sul do país. Há pelo menos seis pedreiras que produzem um mármore dolomítico branco com caraterísticas técnicas muito boas e que tem grande aceitação no mercado local e também nos EUA.

A cor verde continua na moda, e quartzitos como Victoria Regia, Emeral Green, J'Adore e Bothanic têm sido especificados por arquitetos e designers de interiores. Para além da cor verde, não menos populares são os quartzitos cinzentos, que ganham cada vez mais espaço no mercado. Para mencionar apenas os quartzitos Apollo, Platinus e Donatello. Há uma boa procura destas duas cores no mercado local.

As exportações deste ano são cerca de 15% superiores às do ano passado, o que indica uma popularidade contínua dos materiais brasileiros em todo o mundo. Os arquitetos e designers de interiores na China descobriram a beleza dos quartzitos brasileiros e, como conseqüência, a demanda por esse tipo de pedra está ficando cada vez maior no mercado chinês. Dito isso, e considerando o mercado já consolidado dos EUA e o dinâmico mercado local, a produção de quartzitos no Brasil está evidentemente crescendo.

Atualmente, estão a ser abertas novas pedreiras em estados como a Bahia, Minas Gerais, Ceará, Goiás, Mato Grosso e Paraná. Principalmente dos seguintes materiais: quartzitos e mármores. Um aspeto importante a ser considerado para o futuro é o facto de alguns materiais amarelados terem voltado à mente dos especificadores e, como consequência, duas ou três pedreiras reabriram. Ainda é cedo para dizer se os amarelos estão de novo na moda, mas poderão estar nos próximos tempos.

O investimento em maquinaria continua a ser dinâmico. As empresas brasileiras de pedra continuam optimistas em relação ao futuro e estão a adquirir novas máquinas, como serras de fio diamantado, linhas de polimento, jato de água e máquinas CNC. Estes dois últimos tipos de máquinas têm sido muito procurados e o mercado local está a exigir cada vez mais pedras de maior espessura. Cada vez mais peças maciças têm sido concebidas pelos arquitectos e designers de interiores, mostrando que as pedras naturais são a opção lógica quando se trata de criar algo diferente em termos de novo design de mobiliário, candeeiros, bancos, banheiras, lavatórios, cornijas, ombreiras, elementos especiais para fachadas, etc.

Os arquitetos estão desempenhando um papel especial no desenvolvimento da indústria brasileira de rochas ornamentais. Com certeza cores, padrões e desempenho são fatores importantes para eles especificarem uma pedra. No entanto, além do foco do arquiteto nesses fatores, os critérios de sustentabilidade na especificação de qualquer tipo de material no Brasil estão se tornando uma questão importante. Questões como extração sustentável, processo de reciclagem, avaliação do ciclo de vida e estudo EPD são cada vez mais colocadas em cima da mesa durante o processo de especificação. Muitas empresas brasileiras de rochas ornamentais já adotaram processos sustentáveis em seus processos de extração e fabricação.

Apesar da concorrência com materiais alternativos que possuem grande produção, as pedras naturais continuam sendo a melhor opção quando desejamos algo belo, eterno, moldável e sustentável. No geral, o setor de rochas ornamentais no Brasil está passando por uma fase muito positiva.

 

PROJECTOS EM FORTALEZA, SÃO PAULO E CAMBORIÚ