Quartzios brasileiros: Nova tendência na arquitetura contemporânea

Geólogo Cid Chiodi Filho

Kistemann & Chiodi Assessoria e Projetos

cdchiodi@gmail.com

Leblon - Decolores

 

O Brasil é conhecido pela sua excepcional “geodiversidade” em materiais rochosos naturais de ornamentação e revestimento. Nos últimos 50 anos o Brasil produziu e comercializou nos mercados interno e externo uma variedade de rochas superior à de toda Europa. Já a partir de 2006, o Brasil posicionou-se como o 4º maior produtor e exportador mundial de rochas ornamentais. Atualmente, o país tem cadastradas cerca de 1200 frentes de lavra, produzindo pelo menos 1000 variedades comerciais de granitos, quartzitos maciços e foliados, mármores, calcários, ardósias, pedra-sabão e muitas outras rochas.

Cristallo - Vitoria Stone

 

Explosion Rouge - Vitoria Stone

Destaca-se que essa geodiversidade brasileira agora abrange quartzitos maciços e quartzo natural, que são produzidos em várias regiões do país e, sobretudo, nos estados de Minas Gerais, Bahia e Ceará. Seu aproveitamento econômico foi principalmente viabilizado pela tecnologia de fios diamantados, tanto para a extração de blocos quanto para a serragem de chapas.

Taj Mahal - Brasigran

Taj Mahal - Vermont

 

Em função de seus atributos estéticos e tecnológicos diferenciados, os quartzitos transformaram-se no principal novo produto das exportações brasileiras de rochas ornamentais. Dezenas de variedades comerciais já estão sendo oferecidas por empresas brasileiras no mercado internacional e, especialmente, nos EUA.

Splendido - Decolores

 

Negroni - Brasigran

De fato, as exportações brasileiras desses materiais, em chapas e blocos, evoluíram de US$ 11 milhões e 17 mil t em 2010, para US$ 455 milhões e 305 mil t em 2023. O percentual de faturamento anual desses quartzitos, no total das exportações brasileiras, foi de 1,2% em 2010 e de 40,1% em 2023. Em volume físico, essa participação avançou de 0,8% em 2010 para 16,7% em 2023.

 

Ainda quanto a 2023, destaca-se que o preço médio das exportações de chapas de quartzito (US$ 2257/t) foi o mais elevado entre todas as demais rochas exportadas, superando por larga margem o preço médio das chapas de granito (US$ 570/t). Com US$ 643/t, até os blocos de quartzito superaram o preço médio das chapas de granito.

Fantasy Nuage - Vitoria Stone

 

Fantasy Lux - Vitoria Stone

 

Entre 2021 e 2023 registrou-se uma queda de 25% no volume físico das exportações brasileiras de rochas, mas de apenas 17% no faturamento. Esse diferencial foi justamente sustentado pelas exportações de quartzito, com maior valor agregado que os demais produtos comercializados. Pelas tendências de mercado, os quartzitos brasileiros, assim como o quartzo natural, já se configuram como principais rochas de alto padrão do século 21.

Maldive CS3