A 17 de outubro de 2025, realizou-se a cerimónia de entrega dos Prémios Internacionais de Arquitetura e Design com Pedra Portuguesa StonebyPORTUGAL, uma iniciativa da ASSIMAGRA, a Associação Portuguesa da Indústria de Recursos Minerais, criada para celebrar e promover, a nível mundial, a excelência da pedra natural portuguesa na arquitetura, no espaço público, na inovação tecnológica e no design de produtos. Os prémios distinguem visões criativas capazes de transformar a matéria em arte, a tradição em futuro e revelar ao mundo a identidade cultural e material de Portugal através da pedra.
Esta iniciativa faz parte da Agenda Verde «Pedra Sustentável de Portugal». Nesta segunda edição, os vencedores de cada uma das categorias foram:
ARQUITETURA
1.- Museu de História da Polónia (Varsóvia, Polónia) – Dimpomar

O Museu de História da Polónia, localizado na Polónia e executado pela empresa portuguesa Dimpomar, representa um dos projetos mais ambiciosos e tecnicamente complexos entre os nomeados. Concebido pelo estúdio de arquitetura WXCA e localizado na Cidadela de Varsóvia, este edifício constitui uma verdadeira obra de arte arquitetónica em que a pedra natural portuguesa desempenha um papel protagonista.
PEDRA(S) UTILIZADA(S): Mármore Português - Ruivina
AUTOR: Krzysztof Budzisz
ESTÚDIO DE ARQUITETURA / ESTÚDIO DE DESIGN: WXCA
EMPRESA MINERADORA / EMPRESA DE PROCESSAMENTO: Comarmore / Dimpomar, Rochas Portuguesas, Lda
2.- Hotel Montebelo Mosteiro de Alcobaça (Portugal) – Solancis

O projeto de recuperação histórica do Hotel Montebelo Mosteiro de Alcobaça, executado pela Solancis, representa uma abordagem exemplar do uso da pedra natural em contextos patrimoniais de grande valor histórico e cultural. Este projeto, que recupera o claustro Rachadouro, uma das alas do monumento classificado como Património Mundial pela UNESCO, foi concebido pelo arquiteto Souto de Moura em colaboração com o arquiteto Luís Peixoto. A intervenção traduziu-se num enorme desafio para a capacidade de engenharia e adaptação do espaço. Para que cada pedra se encaixasse perfeitamente nestas paredes seculares, foi realizado um levantamento tridimensional ao longo de toda a obra para ajustar os planos técnicos de cada pedra.
PEDRA(S) UTILIZADA(S): Branco Real e Beige Topázio
AUTOR: Arquiteto Souto de Moura + Arquiteto Luís Peixoto
ESTÚDIO DE ARQUITETURA / ESTÚDIO DE DESIGN: Souto de Moura
EMPRESA MINERA / EMPRESA DE PROCESSAMENTO: Solancis
ESPAÇO PÚBLICO
Museu da Tolerância de Jerusalém (Israel) – LSI Stone

O Museu da Tolerância de Jerusalém, executado pela LSI Stone em Jerusalém, Israel, é um testemunho da importância de aprender com a história e promover uma sociedade baseada na compreensão, empatia e respeito por todas as pessoas. Criado pelo Centro Simon Wiesenthal, este museu oferece uma experiência única e impactante aos seus visitantes. O uso das pedras portuguesas Moca Cream e Moleanos no exterior do museu introduz uma aura de requinte, deixando uma impressão visual profundamente impactante. A interação das complexidades texturais e dos gradientes tonais da pedra confere um caráter tridimensional à fachada, reforçando o seu encanto estético integral.
PEDRA(S) UTILIZADA(S). Moca Cream, Moleanos
AUTOR: Chyutin Architects, Michal Sedlacek
ESTÚDIO DE ARQUITETURA / ESTÚDIO DE DESIGN: Chyutin Architects, Michal Sedlacek
EMPRESA MINERADORA / EMPRESA DE PROCESSAMENTO: LSI Stone
INOVAÇÃO
Centro de Artes Cénicas Perelman (EUA) – LSI Stone & Granoguli

O Perelman Performing Arts Center, executado pela LSI Stone em Nova Iorque, tem uma grande complexidade técnica e um profundo simbolismo. Situado no coração de Manhattan, no complexo World Trade Center, o edifício foi projetado pelo estúdio REX como parte integrante do plano de reconstrução da zona afetada pelos atentados de 11 de setembro de 2001. O edifício destaca-se pela sua fachada única: um cubo de 12 000 m² que parece ao mesmo tempo simples, intemporal e enigmático. Revestido com mármore rosa português com veios verdes, fornecido pela Granoguli, o projeto valoriza a pedra natural nacional, reafirmando a sua qualidade e capacidade de resposta às exigências estéticas e simbólicas de grande prestígio internacional.
PEDRA(S) UTILIZADA(S): Mármore Luminati
AUTOR: Rex
ESTÚDIO DE ARQUITETURA / ESTÚDIO DE DESIGN: Rex
EMPRESA MINERADORA / EMPRESA DE PROCESSAMENTO: Granoguli / LSI Stone
DESIGN DE PRODUTO
Coleção de bancos (Places) – Studio Olivah / Gisella Tortoriello (Portugal)

A coleção Stools, desenvolvida pelo Studio Olivah em Sintra e desenhada por Gisella Tortoriello, é composta por cinco bancos esculturais que fazem parte da coleção «Places». O projeto baseia-se na reutilização de pequenos blocos excedentes da extração em pedreiras portuguesas e excedentes de fábricas locais, materiais que, por não cumprirem os padrões de uniformidade e dimensão exigidos pela indústria, são normalmente descartados. Cada peça foi concebida para valorizar a singularidade e a imperfeição natural da pedra, transformando materiais rejeitados em objetos de design com identidade estética e simbólica. Esculpidos por artesãos e empresas como Vetor3, Marmofelizardo e Mármores Ferrar, com matéria-prima de pedreiras como Mármores Rosal e Mármores Galrão, os bancos recebem nomes como Adraga, Azenha, Nazaré, Carmo e Roça. Cada um evoca lugares e memórias, compondo uma narrativa poética que reconcilia tradição, materialidade e design contemporâneo.
PEDRA(S) UTILIZADA(S): Calcário Moca Creme e Lioz Encarnado. E vários mármores da região de Estremoz.
AUTOR: Studio Olivah
GABINETE DE ARQUITETURA/ESTÚDIO DE DESIGN/ATELIER: Studio Olivah
EMPRESA(S) EXTRATIVA(S)/TRANSFORMADORA(S). Mármores Rosal, Marmores Ferrar, Grupo Galrão/Vetor 3, Marmofelizardo, Mármores Ferrar
O TROFÉU

O troféu deste prémio não é apenas um objeto de distinção. É um testemunho material de algo maior: a pedra portuguesa como identidade, como cultura viva, como continuidade entre gerações. A sua própria construção reflete essa ideia. O troféu reúne, numa única forma, diferentes pedras trabalhadas em Portugal — granito, xisto, calcário, mármore e basalto — que encarnam a diversidade de territórios, paisagens e práticas que moldaram, e continuam a moldar, a forma como o país constrói, habita e se apresenta ao mundo.
